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DOCUMENTÁRIO "DITADURA DE PAPEL": CULTURA E HISTÓRIA EM SÃO MATEUS

  • Premiada do Edital Doc-TV da Lei Paulo Gustavo, via Secult/ES, 2024

  • A série documental "Ditadura de Papel", premiada pelo Edital Doc-TV da Lei Paulo Gustavo, via Secult/ES para 2024, surge como uma poderosa iniciativa de denúncia e responsabilização de governos ditatoriais e das empresas de celulose e papel pelas violações de direitos cometidas contra grupos indígenas e quilombolas durante a Ditadura de 1964. Criada e dirigida por Cíntia Braga, com produção da Satírica Filmes e Produções LTDA, a série é composta por sete episódios de 26 minutos cada, e busca lançar luz sobre as lutas dessas comunidades que tiveram seus modos de vida tradicionais ameaçados pela ideologia do desenvolvimentismo e pela exploração desenfreada dos recursos naturais.

  • PROBLEMAS AMBIENTAIS E SOCIAIS
  • O projeto documental é uma janela vital para a publicização de sérios problemas ambientais causados por empresas como a Aracruz Celulose, conhecida atualmente como Suzano. A série aborda temas urgentes e contemporâneos, trazendo à tona debates sobre o aumento do desmatamento, o crescimento do monocultivo, a expansão dos latifúndios, o uso indiscriminado de agrotóxicos e a crise climática. Ao longo dos episódios, são destacadas as histórias dramáticas de grupos tradicionais como quilombolas e indígenas, que sofreram com a aquisição ilegal de terras durante a Ditadura Militar, especialmente nas décadas de 70 e 80.

  • A série apresenta duas forças políticas antagônicas: de um lado, a ditadura militar e empresarial, que não se resume apenas aos militares, mas também à ditadura do capital e dos empresários; do outro, os outsiders, aqueles que foram afetados pela ditadura. No norte do Espírito Santo e sul da Bahia, essa dinâmica se concretizou através da "Ditadura do Eucalipto", uma monocultura que dominou a região, aqui chamada de "Ditadura de Papel". A implantação de um parque industrial paraquímico pela Aracruz Celulose gerou impactos socioambientais devastadores, como o esbulho de terras, assédios, homicídios e contaminação ambiental.



  • ESTRUTURA DOS EPISÓDIOS
  • Os episódios são estruturados de forma a explorar esses eventos dramáticos. O primeiro episódio, "O Papel da Ditadura", introduz o tema central da série. Os episódios seguintes, como "O Produto Aracruz" e "Guaranis e Tupiniquins: territórios ancestrais com firma reconhecida", aprofundam-se na história e resistência dos povos indígenas e quilombolas. O episódio sobre os Quilombolas, "aqui o eucalipto é regado à sangue", destaca a luta pela terra e preservação cultural.


  • VOZES DAS COMUNIDADES, ATIVISMO E DIREITOS HUMANOS
  • Entrevistas com personagens dos territórios quilombolas e indígenas, como São Mateus e Conceição da Barra, são parte essencial do projeto. Os entrevistados compartilham suas experiências de vida antes e depois da chegada da Aracruz Celulose, revelando processos de expulsão e formas de resistência que perduram até hoje. O projeto adota uma estética híbrida, combinando entrevistas, imersão, visitas a locais de memória, imagens de arquivo e cartografia animada, oferecendo uma narrativa participativa e abrangente.

  • Na série, os quilombolas e indígenas não apenas denunciam as atrocidades sofridas, mas também participam ativamente na construção discursiva da narrativa, rememorando e dando seu testemunho. O projeto busca dar corpo e voz à ditadura militar e empresarial, destacando a atuação do executivo estadual na aquisição ilegal de terras, enquanto defende o direito à memória e à verdade, aspectos fundamentais e constitucionais.



  • CONEXÃO COM A HISTÓRIA
  • Ao incluir o histórico Porto de São Mateus, local emblemático do tráfico de escravizados, a série conecta o passado e o presente, ressaltando a continuidade da luta dos descendentes dos escravizados nas Comunidades Quilombolas pela preservação de seus territórios e modos de vida tradicionais. "Ditadura de Papel" é, portanto, uma obra de militância e ativismo pelos Direitos Humanos, comprometida em dar visibilidade às causas dos povos indígenas e quilombolas, refletindo sobre o impacto do passado nas lutas contemporâneas.





















   
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